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31/07/2025
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O Colégio Diversitas teve a honra de receber Mara Catarina Evaristo, professora e assessora na Gerência das Relações Étnico-Raciais da PBH, em um bate-papo emocionante, profundo e transformador com nossos alunos, professores e famílias. O encontro foi mais do que especial: foi uma verdadeira aula sobre igualdade racial, democracia e o papel fundamental da educação na construção de uma sociedade mais justa.
Educação como ferramenta de transformação
Logo no início da conversa, Mara compartilhou sua trajetória pessoal — de menina negra do interior de Minas Gerais à liderança reconhecida na área educacional e nas relações étnico-raciais — e como sua vivência com o racismo foi também combustível para sua luta por equidade e justiça social, onde comentou: “Eu fui aprendendo, desde criança, que não sou melhor nem pior que ninguém. Esse ensinamento me formou”.
A professora reforçou que o racismo não começa na violência física, mas sim em discursos, silêncios e escolhas do cotidiano. E deixou um recado importante: “Ser contra o racismo não basta. É preciso agir. É preciso ser antirracista”.
O racismo explicado
Com linguagem acessível e envolvente, Mara trouxe comparações para tornar o debate ainda mais claro. Uma das mais impactantes foi quando ela comparou o racismo a um vírus social, tão nocivo quanto o coronavírus: ambos se espalham, adoecem e matam — e ambos exigem ação coletiva para serem combatidos.
Além disso, ela explicou conceitos fundamentais como preconceito, discriminação, injúria racial, racismo institucional e estrutural, destacando como cada um se manifesta na sociedade e nos espaços escolares.
Um convite à ação
Durante a conversa, nossos alunos levantaram questões inteligentes e necessárias: “O que causa o racismo?”, “O que diferencia o Brasil dos Estados Unidos nesse aspecto?”, “Por que a violência policial é maior nas periferias?”. Com paciência e profundidade, Mara respondeu a cada uma delas, sempre apontando caminhos possíveis de transformação.
Ela ressaltou que conhecer a história do Brasil sob diferentes pontos de vista é essencial para desconstruir visões racistas naturalizadas e construir uma democracia real. "É possível mudar. Não podemos aceitar o racismo como algo normal", afirmou.
Representatividade, currículo e protagonismo
Outro destaque foi o debate sobre a importância da representatividade na literatura, na mídia e nos espaços escolares. Mara compartilhou episódios marcantes de sua luta para garantir livros com personagens negros nas escolas, bonecas negras nas lojas e espaços educativos que valorizem todas as culturas presentes no Brasil.
Ela citou Carolina Maria de Jesus, João Cândido e Angela Davis como referências inspiradoras para que crianças e adolescentes negros se reconheçam, se fortaleçam e ocupem seus espaços.
Quer ver essa conversa na íntegra?
O bate-papo com Mara Catarina Evaristo está disponível no nosso canal do YouTube e vale cada minuto. Seja você estudante, educador, pai, mãe ou cidadão comprometido com um país mais justo, essa conversa vai mexer com você e te provocar a refletir e agir.
Assista agora: https://www.youtube.com/watch?v=ec75k7V-cWY&t=2513s