Quando a internet pode representar um risco

Pelos alunos Arthur Lima e Ana Gabriela – 7o. ano em 2014

Não é possível negar que a internet é muito importante para todos. Através dela encurtamos muitos caminhos; conhecemos lugares, construímos aprendizagens, fazemos amigos. O problema passa a existir quando o jovem deixa de experimentar outras coisas, como: passear, viajar, estudar, a praticar esportes, conversar, para dedicar todo o seu tempo às redes sociais ou jogos online.

Nossa equipe de reportagem observou os adolescentes no pátio e tempos livres e percebeu que esse fato é bem comum, até mesmo dentro da escola. Alguns alunos, não experimentam correr, conversar e brincar para ficarem presos ao aparelho de telefone, sobretudo, quando estão no recreio ou aguardam a chegada dos pais. Normalmente, os jovens acessam a internet para: jogar, entrar em redes sociais, ouvir música ou ver filme, assim eles perdem a noção do tempo. A adolescente J. P diz “eu fico tanto tempo conectada, que acabo esquecendo das minhas tarefas”.

O adolescente P. F, 13 anos, explica que passa muito tempo na internet porque é quando pode fazer algo sozinho, longe de seus pais, sem a fiscalização deles, é quando acham que têm privacidade. A professora Jacqueline esclareceu que os jovens passam a esconder muitas coisas dos pais, porque desejam fazer coisas fora do espaço familiar e para afirmarem suas identidades e personalidades. É como se os jovens pudessem revelar a sua individualidade neste contexto. Entretanto, esta situação passa a ser contraditória e arriscada, quando os jovens passam a expor dados pessoais, narram coisas privadas e íntimas, publicam vídeos e fotos, contam suas rotinas. Tudo isto pode ser muito comprometedor.

Nossa equipe conversou com adolescentes que contaram que já publicaram fotos em situações bastante íntimas. Eles relembraram casos de colegas que se fotografaram e enviaram estas fotos para colegas e, que depois, as mesmas foram expostas para todo o colégio.

Outro aspecto discutido por vários especialistas, hoje, é o que eles chamam de cibervício, que é entendido como a excessiva necessidade de estar conectado à internet. Quando se fala em vício, se pensa em drogas, cigarro, álcool, jogatina, entre outros. Entretanto, deve ser entendido como uma dependência enorme em algo. Se alguém sofre de internet-dependência, têm sua vida pessoal, profissional e sentimental afetada pela permanência exagerada na internet, sofrem de cibervício. Esta compulsão mantém as pessoas conectadas em seus aparelhos celulares, tablets e computadores initerruptamente.

Os sintomas do cibervício são: irritabilidade e/ou depressão; labilidade emocional (Internet como forma de regulação emocional), comprometimento das relações pessoais no trabalho e as relações familiares e sociais em risco pelo uso excessivo; desorganização da vida pessoal negação da quantidade de horas que passa conectado.  A escola tem promovido discussões reflexões sobre o uso saudável da internet, para ajudar os alunos a enfrentar esta realidade.

A psicóloga Luciana Nunes, do Instituto Psicoinfo, diz que quem sofre deste problema precisa de tratamento. Segundo ela, com a popularização de celulares e tablets a tendência do problema é crescer. A pesquisadora aponta que, para não sofrer deste mal, é recomendado: controlar a quantidade de horas que ficamos na internet e no celular; desabilitar as notificações automáticas de e-mail e redes sociais. Também é essencial manter atividades ao ar livre, com encontros presenciais com outras pessoas.

Além disto, o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do programa de Dependentes em Internet do Hospital das Clinicas de São Paulo, explica que cada pessoa tem começar a pensar sobre este vício e como deve evitá-lo. Ele estima que 10% dos usuários da internet já tenham se tornados dependentes. Sendo que 3% desses sejam jovens até 16 anos.

Para saber mais sobre este assunto acesse:  (www.dependenciadeinternet.com.br)