“A criança brinca com o que ela tem à mão e com o que ela tem na cabeça”.
Ao presenciar cenas de crianças brincando de pega-pega nos passeios das ruas, ou crianças brincando em seus apartamentos, seguras de qualquer perigo, mas brincando completamente sozinhas; ou brincando em diferentes momentos da rotina escolar, percebemos que, em qualquer contexto social, elas estão envolvidas em seu próprio universo. O que as crianças têm em comum?
Todas as crianças, ainda que cercadas por diferentes adversidades, ou por poucas oportunidades para viverem o tempo da infância, parecem se conectar a outro contexto, que não é o do seu tempo “real”. O que diferentes crianças têm em comum é a possibilidade de construírem, de forma imaginária, vários contextos de vida. O imaginário infantil constitui uma das formas específicas de relação da criança com o mundo.
Toda criança tem a capacidade de imaginar! O imaginário é inerente ao processo de desenvolvimento da personalidade e racionalidade de cada criança. Contudo, é o contexto cultural e social que possibilitarão condições para o desenvolvimento da cultura infantil. Ou seja, ainda que seja inerente a cada criança a capacidade de imaginar, é através das interações entre elas e, entre elas e os adultos, que surgirão os mais variados tipos de brincadeiras e de brinquedos. Faz parte da cultura da infância: suas brincadeiras, sua rotina, seus rituais, seus objetos, sua linguagem, seus valores e interesses, que são compartilhados pelos pares de idade, tendo a sua origem no mundo adulto ou criados e transformados pelas próprias crianças.
As culturas de pares passam a existir a partir do momento em que as crianças começam a conviver e interagir com outros grupos infantis e não apenas com a família. Nesse sentido, as crianças precisam da convivência com outras crianças, pois é através desses ambientes que elas poderão: se expressar, interagir, aprender, sentir e significar o mundo e suas realidades. As brincadeiras são, portanto, muito mais do que simples atividades para passar o tempo e entreter a criançada. Elas alicerçam as aprendizagens dos elementos mais complexos de nossa psique e podem contribuir de forma inequívoca e inigualável para o desenvolvimento infantil, seja ele emocional, cultural, social, racional e da construção de nossa identidade.
Através da brincadeira nos inserimos em nossa cultura, em nosso mundo social, aprendemos a nos relacionar, a enfrentar desafios a conhecer a diversidade.
O brincar vai muito além dos jogos didatizados ou dirigidos pelos adultos. O brincar é uma atividade que surge do imaginário das crianças e da Cultura de Pares. Chamamos de cultura de pares todo um conjunto estável de atividades ou rotinas, artefatos, valores e interesses que as crianças produzem e compartilham na interação com seus pares. É através dessa cultura que elas se inserem, compreendem e reinterpretam o mundo no qual estão inseridas. Por isso, é tão importante possibilitar a convivência entre as crianças, a liberdade para criarem suas brincadeiras e para explorarem todo esse universo.
As brincadeiras também possibilitam a vivencia de emoções e sentimentos, como; medo, raiva, tristeza, alegria, frustração e insegurança. Sentimentos que precisam ser experimentados para que a criança desenvolva a sua sociabilidade, aprenda a lidar com as emoções e construa uma inteligência emocional.
O brincar é uma atividade que, ao mesmo tempo, identifica e diversifica os seres humanos em diferentes tempos e espaços. Ele é uma forma de ação que contribui para a construção da vida social coletiva. Para a criança, a brincadeira é uma forma privilegiada de interação com os outros sujeitos (adultos e crianças), com os objetos e com a natureza à sua volta. Brincando, ela se apropria criativamente das práticas sociais específicas dos grupos aos quais pertence, aprende sobre si mesma e sobre o mundo em que vive.
Como a escola e o professor podem contribuir?
No Diversitas procuramos conhecer a criança, entender como ela aprende e se desenvolve. Asseguramos que ela tenha voz, que transmita suas ideias, opiniões e argumentos; que comunique curiosidades; que explore o mundo; que formule conclusões; que brinque; que interaja; que expresse seus sentimentos.
A partir desse posicionamento e compromisso, nossa equipe:
- Observa as práticas infantis para planejar e criar contextos de brincadeiras e de aprendizados que respeitem a cultura infantil, que diversifiquem as experiências e que permitam a diversidade de interações;
- Estrutura brincadeiras que desafiem e estimulem as crianças a avançarem em seu processo de desenvolvimento, mediando as reflexões dessas e as formas de resolverem conflitos,
- Participa de alguns momentos de brincadeiras de maneira ativa e criativa, envolvendo-se com o grupo, tornando-se um “amigo da brincadeira”. Ele (ela partilha emoções, desafia e compartilha experiências prazerosas de brincadeiras.
- Estrutura espaços de brincadeiras, oferecendo brinquedos diversificados, transformando os mais diversos ambientes em locais de brincadeiras, motivando as crianças a descobrirem novas formas de brincar e de explorar os brinquedos.
- Encoraja e estimula as crianças a entenderem as emoções e sentimentos que surgem durante as brincadeiras. Contribuindo para a compreensão das emoções e sentimentos. Essa é uma tarefa muito importante para que cada criança possa enfrentar suas frustrações, tristezas e conflitos. Investimos em diferentes estratégias para resolução de conflitos: reflexão, exposição do problema, diálogo, se colocar no lugar do outro, entre outros.
Esperamos você no Diversitas!
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